Professora da UFPE listou fatores que podem ter ligação com problemas provocados pelas precipitações.
Por Fernanda Soares* e João Neto, g1 PE e TV Globo.
Os desastres provocados pelas chuvas viraram rotina no Grande Recife. Alagamentos, deslizamentos, transtornos e medo nas áreas de morros. Em 2022, foram mais de 130 óbitos. Na segunda (6), houve a primeira morte do ano, em Olinda. Diante desse histórico recente, fica a pergunta. Quais seriam os motivos para tantos problemas?
No entendimento da engenheira civil Simone Rosa, professora da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), não existe apenas uma resposta. São vários fatores relacionados a um mesmo tema. Para ela, é preciso falar em mudança de ocupação do solo, influência da maré na drenagem e a falta de infraestrutura.
"O primeiro deles [fator] é que a ocupação do solo mudou. Ela foi acelerando em termos de áreas impermeabilizadas ocupadas. Então, a gente tem hoje áreas que antes eram com solo natural, jardins e gramados, que quando a chuva caia ela se infiltrava, e hoje você tem áreas pavimentadas, impermeabilizadas, com asfalto", disse Simone.
Segundo ela, a impermeabilização do solo impacta no rumo que a água segue, fazendo com que ela fique retida na superfície, porque não consegue ir para o escoamento subterrâneo. Isso aumenta em tempos de chuva intensa.
Outro ponto, é o fato do Recife ser uma cidade costeira, com uma influência da maré nas áreas de drenagem.
"Conseguimos ver os efeitos da maré nos canais. Chega a ser comum ver a população consultando o horário da maré quando começa a chover, porque ela já tem esse sentimento de associar a chuva intensa com o nível da maré", afirmou Simone.
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