Estudo do FGV IBRE detalha transformação social com redução histórica da Pobreza Extrema

Um estudo recente do Centro de Estudos para o Desenvolvimento do Nordeste do FGV IBRE revelou uma significativa redução na extrema pobreza no Brasil, especialmente no Nordeste. Divulgado em junho, o estudo indica que a extrema pobreza no Brasil caiu pela metade após a pandemia de COVID-19, com a região Nordeste contribuindo com 50% dessa redução.

Assinado por Flávio Ataliba e outros três pesquisadores, o estudo destaca o impacto dos programas sociais como o Bolsa Família (posteriormente Auxílio Brasil). Graças a esses programas, mais de 5,4 milhões de nordestinos superaram a linha da pobreza, e quase 5 milhões saíram da extrema pobreza.

Os autores apontam que todas as regiões do Brasil reduziram a pobreza e extrema pobreza entre 2021 e 2023, com o Norte e Nordeste se destacando. A partir de 2021, as políticas de transferência de renda foram ampliadas, intensificando a redução da pobreza.

Entre 2012 e 2019, somente as regiões Nordeste e Sul reduziram a pobreza, mas a extrema pobreza não diminuiu em nenhuma região. No entanto, após 2020, a dinâmica mudou devido à pandemia e às políticas de transferência de renda. Em 2021, a pobreza aumentou abruptamente, mas as mudanças nas políticas sociais após esse ano permitiram uma redução acentuada na pobreza.

Em 2021, aproximadamente 33 milhões de nordestinos viviam na pobreza, correspondendo a 57,4% da população regional. Em 2023, esse número caiu para 27,5 milhões, ou 47,4% da população, representando uma redução de 16,5% entre 2021 e 2023. Na extrema pobreza, 10 milhões de pessoas estavam nessa condição em 2021, mas em 2023 esse número caiu para 5,6 milhões, uma redução de 8,6%.

Os estados do Nordeste tiveram desempenhos variados. Entre 2012 e 2019, Bahia e Ceará reduziram a pobreza em 4,8 pontos percentuais. Já entre 2021 e 2023, Alagoas e Maranhão se destacaram com reduções de 14,3 e 13,5 pontos percentuais, respectivamente. No período completo, Maranhão teve a melhor performance, com uma redução de 8 pontos percentuais na pobreza.

Esses dados mostram que os programas sociais foram fundamentais para a redução da pobreza no Brasil, especialmente no Nordeste, onde a maior parcela da população é beneficiária dessas políticas.

 

* Com informações da Agênia Brasil e Imagem de Freepik